Preguiça Acrescentada

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domingo, 6 de agosto de 2017

Mãe de primeira viagem - Alimentação Complementar

Eu tinha 21 anos quando fui mãe no dia 20 de Junho de 2016. E desde esse dia todas as dúvidas possíveis e conselhos não desejados apareceram na minha vida. As primeiras duas semanas principalmente foram muito difíceis. Dúvidas em relação a amamentação, banho, mudas de roupa, até o como pegar nesta criatura tão, mas tão frágil. A cada dúvida eu recorria ao que era óbvio para mim, ou a perguntar às enfermeiras do centro de saúde, que se dispuseram desde o início. Até aqui tudo bem, foram prestáveis (dentro dos possíveis) e acalmaram-me em situações mais stressantes. Mas, como tudo tem um mas, isto deu uma volta inesperada aquando do começo da alimentação complementar.
Já este assunto é fonte de dúvidas em muitas mães, há muitas hipóteses por onde escolher. Temos as sopas, o blw, o misturado; há quem comece aos 4 meses, aos 5, aos 6, etc. Para mim foi óbvia a escolha de ir pelo que as enfermeiras recomendavam, já que até aqui foram tão prestáveis. Mas este foi provavelmente o maior erro que podia ter feito. Porque mal sabia eu que elas esperavam que eu não seguisse as regras delas ao pormenor.
Comecemos pelo inicio:
  1. Leite materno até aos 6 meses - perfeito!
  2. 6 meses - introduzir a sopa (batata, cenoura e cebola) substituindo 1 mamada.
  3. De três em três dias introduzir um legume novo à sopa (da lista de 7 legumes que me deram).
  4. Duas semanas depois da introdução da sopa iniciar a fruta cozida em água e triturada, dada como sobremesa. (De realçar que apenas dar maçã, pêra ou banana e nada de pacotinhos).
  5. Introduzir a papa ao lanche.
  6. Introduzir a carne triturada na sopa. (Apenas frango, peru e coelho) (Aos 9 meses).
  7. Introduzir o peixe triturado na sopa e cozido à parte. (Aos 10 meses) (Da lista de 4).
  8. Passar a duas sopas por dia, uma de legumes e uma de carne ou peixe.
  9. Introduzir o borrego cozido à parte e triturado na sopa.
  10. Introduzir (A insistência minha) papaia e manga, bolacha e iogurte.
  11. Introduzir a gema de ovo na sopa.
  12. Introduzir o feijão e grão - triturado na sopa.
  13. Introduzir a clara de ovo - triturada na sopa. (Aos 11 meses e meio).
E para qualquer um que tenha olhinhos pode ver a semelhança nestes pontos. Sopa, muita muita sopa. Nunca me instruíram para lhe dar fruta crua, comida não triturada, nem sequer pão. E de repente na consulta do 1 ano perguntam-me se ele já come igual aos pais. Talvez seja minha culpa esperar que me instruíssem passo a passo como introduzir a alimentação, pois nunca tinha passado por esta experiência e não sabia o que esperar quanto mais o que fazer. Mas agora deparo-me com um bébe de 13 meses que não come nada que não seja triturado a não ser pão e bolachas. E que vai iniciar a creche em menos de um mês, onde tem que comer o que lhe derem.
E agora o que me dizem? Tem que insistir. Boa, obrigadinha.
Conselhos agora sim, são desejados. Mas específicos, não simbólicos obrigada.

bleep.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O assustador desmame

Para quem é mãe e amamentou, ou ainda amamenta, deve saber o quão realmente assustador é começar o processo. Ainda mais aterrador pensar no desmame: o fim desse processo. É uma tarefa às vezes tão complicada de iniciar, já que existem problemas com a pega, com o mamilo ou com o raio que o parta. Uma pessoa (ou pelo menos eu) deseja que ao menos dure, já que houve tanto empenho e trabalho envolvido.

A minha experiência foi no mínimo interessante. Eu tenho um bebé muito expressivo e com uma personalidade muito saída ao pai: engraçado. Ao iniciar a amamentação tive muitas dificuldades, ele chorava porque não conseguia, eu chorava porque doía, e por aí fora. Até encontrarmos o nosso ritmo, e a partir daí foi fácil, até ele passar por um dos muitos "picos de crescimento", em que (segundo as enfermeiras) é normal querer mamar mais vezes, ou por conforto ou por fome. Afinal ele está a crescer. Mas a cada mês que passava eu sentia-me concretizada e orgulhosa por ter conseguido mais um mês. Nunca foi fácil por muito tempo pois aparentemente ele estava sempre a passar por um dos chamados (pelas enfermeiras) "picos de crescimento". Houve a fase do comer de meia em meia hora. Houve a fase de comer de quatro em quatro horas. Houve a fase de bolsar tudo o que tinha comido e querer comer logo a seguir. Houve a fase do adormecer a mamar (essa eu adorei!).

E melhor que tudo, consegui concretizar um dos meus principais objectivos: amamentar exclusivamente até aos seis meses! E depois começou a sopa... E depois as frutas... E depois duas sopas por dia... E depois duas sopas mais um lanche de papa. E dei por mim só a amamentar durante a noite e ao pequeno almoço. Passei a amar as noites quando ele acordava porque ia poder estar agarradinha a ele como ele já não queria durante o dia (por só querer brincar). E aqui houve a fase do amamentar a dormir na cama com os pais (que eu amei! - conveniente, confortável e fofinho ao mesmo tempo!). E aos poucos comecei a perceber (e com o calor a chegar) que o meu bebé acordava mais vezes à noite porque ouvia os pais a revirarem-se na cama, a tossir ou espirrar. Nós estávamos a inquietar o sono do menino! Foi aí que decidi que pelo melhor do sono dele, experimentar só uns dias pô-lo no quarto dele (até esta altura - 10 meses - ele estava no berço no quarto dos pais, e amamentava na cama). Mas o que eu pensava, - que não ia resultar e que teria de voltar a pô-lo no nosso quarto- estava bem longe da realidade. Ele continuou a acordar essas vezes todas durante um mês pelo menos depois de o mudar para o quarto dele, e era bastante desconfortável para mim acordar de duas em duas horas e amamentar numa cadeira com braços de madeira que batem nas pernas do meu já grande menino. Mas fiz o esforço porque pensei que era mais um dos (segundo as enfermeiras) "picos de crescimento".
Até que me atingiu! Será que ele acorda tantas vezes porque a mama não o enche? Foi então que decidi experimentar dar-lhe uma das vezes que ele acordasse à noite a assustadora (pelo menos para mim) fórmula. E resultou! Ele ia dormir às 21h30, acordava às 2h e bebia a fórmula e depois só às 6h e às 9h acordava para mamar. Mas com o tempo ele passou a acordar só às 4h para comer e como eu lhe dava a fórmula primeiro para ele aguentar mais a noite, ele deixou de mamar à noite e passou só a mamar de manhã às 9h. Até que por volta da altura em que fez 1 aninho, deixou de querer mamar. Isto é, lá punha a mama de fora e ele ficava a olhar para ela e punha-se a brincar com o mamilo com o seu dedinho indicador. Para a frente e para trás (ai tão giro...mas agora come, tá?). E punha-lhe na boca, como tantas vezes antes. E ele morde gentilmente, e olha para mim como quem diz: "Mãe, que queres que faça com isto? Vais dar-me o pequeno almoço ou não?". E assim percebi, sem problemas nem tristezas, que esta jornada da amamentação tinha chegado ao fim. Aos poucos, e com tempo ambos tomámos esta decisão tão temida por mim e tão importante para os dois: o desmame. Que deve ser uma coisa feita gradualmente e adaptada às necessidades de cada casa, e assim o meu bebé sentiu-se preparado para deixar de fazer esta tarefa tantas vezes feita antes. E eu também.

bleep.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Future

A pior parte de ser uma adolescente não é ter todas as mudanças corporais a acontecer de repente. Nem sequer é o bullying na escola ou as discussões parvas com a mãe. A pior parte para mim são as mudanças de humor repentinas. O estar perfeitamente contente com a vida e de repente, sem qualquer aviso prévio ou explicação alguma, ficar tão triste que começo a chorar, ou tão adormecida que nem consigo levar uma conversa avante. São tão estranhas as coisas que se andam a passar na minha vida, tão confusas. Nem sei como me sentir. Afinal, eu sou uma rapariga nova, ainda nem 18 anos e já tantas coisas se passaram, já tantas paixões temporárias. Como é que uma pessoa sabe quando é mesmo a paixão da sua vida, se todas elas parecem ser até já não serem? E pior, como perceber antes que seja tarde demais? Todos os passos que tomamos, todas as decisões, afectam o futuro. Só temos este futuro porque tomámos as decisões que tomámos, mas se tivéssemos tomado um rumo diferente, teríamos um presente diferente.
Pensando no passado, normalmente encontro-me a pensar se tomei a decisão certa, ou a pensar que devia ter sabido antes de me magoarem que me iam magoar. Mas todas essas paixões temporárias foram os tijolos amarelos que nos levaram ao castelo de esmeralda no fim do caminho. 
E o que ainda acho curioso é que apesar de acharmos que encontrámos a paixão da nossa vida, só no fim da nossa vida é que podemos ter a certeza que era mesmo. E porquê? Uma palavra: Perspectiva. Se olharmos para a nossa vida com olhos de 15 anos pode ser que achemos que encontrámos o amor da nossa vida. Ah… Amor jovem… Mas se olharmos para trás aos 17 para este passo que tomámos, podemos achar que foi um erro e que nos magoámos sem precisarmos, porque os sinais estavam todos lá que esta não era a pessoa certa para nós.
Às vezes eu gostava de saber o que vem aí, para estar preparada. Mas a realidade é que se voltassem atrás no tempo para quando eu tinha 15 anos e me dissessem como é a minha vida agora, aos 21, eu provavelmente não iria acreditar. Porque aos quinze anos eu pensava que aos vinte e um já tinha acabado a escola secundária e andava a viajar pelo mundo com fundos ilimitados aparentemente porque nada nos meus planos incluía ganhar dinheiro. A realidade é bastante diferente.
 Mas no momento, nós queremos saber o futuro, mesmo que o simples facto de o sabermos o altere.
bleep.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Decisions decisions

Às vezes as pessoas podem tomar decisões que parecem precipitadas. Mas na realidade, é o desfecho destas decisões que determinam se elas foram precipitadas e consequentemente um erro, ou se foram exactamente o passo que deviam tomar a seguir na sua vida.

Quando eu penso nas decisões significativas na minha vida, eu lembro-me sempre de aceitar namorar com o pai do meu filho. Conhecíamo-nos à apenas à 10 dias, estávamos envolvidos em intimidades quando ele me perguntou. Na altura, claro que eu dizer que sim, e o facto de ele ter perguntado na situação em que estávamos, a todos pareceria uma decisão precipitada de ambos e que eventualmente iria ser referido como um erro.

Mas aqui estamos nós, três anos e um bebé depois... Por isso eu digo, se as decisões são ou não um erro ou o passo certo a tomar, depende do desfecho de tal decisão. Não te preocupes se estás com dúvidas se a decisão que tomaste foi a certa ou não, vais ter de esperar para saber, e entretanto, VIVE-A :)

bleep.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

4-5-2016

Eu sei que já faz algum tempo desde a última vez que escrevi aqui, mas é-me difícil ter inspiração em português porque a maioria das minhas expressões ficam melhor em inglês. Mas hoje, hoje é um dia especial.
Há três anos no dia de hoje, eu comecei uma relação inesperada e espontânea com um homem. Eu tinha dezoito anos e ele tinha vinte e nove, por isso acreditem quando digo homem e não rapaz. E este homem fez-me crescer, talvez com demasiada esperança que eu me tornasse adulta rapidamente, mas ele conseguiu fazê-lo ainda que aos poucos e ainda em progresso. Nada me diz que o crescer alguma vez pára. Aliás, eu acredito que há sempre algo a aprender, a melhorar na personalidade, atitude, maneira de encarar a vida e as situações de cada um. Mas a verdade é que houveram momentos muito frustantes, em que nos chateámos, quisemos desistir, achámos que a diferença de idade era demasiada. No entanto, também houveram momentos muito felizes, simples muitas das vezes, mas que nos fazem parar no tempo e pensar "Eu não me imagino a viver sem esta pessoa" e "Como é que eu posso ter tanta sorte?".
No meu caso em particular (até porque eu não sei exactamente o que vai na cabeça dele, ninguém consegue saber além de nós próprios) existem dias que eu acho que tenho uma sorte imensa. Deixem-me elaborar: Eu sempre fui uma pessoa bastante preguiçosa, e contraditoriamente aventureira. Nisto inclui-se não gostar e chegar a evitar mesmo ao máximo qualquer tipo de tarefas domésticas que envolvam limpezas, não significando claro que não as faça se mo pedirem directamente, mas simplesmente não sou pessoa de as fazer voluntariamente. Este homem é um "maníaco das limpezas", querendo dizer com isto que é o tipo de pessoa que não consegue ir dormir se houver uma taça de cereais por lavar no lavatório da cozinha, chega do trabalho estafado e ainda vai lavar o chão que no dia anterior aspirou, para se acalmar limpa o pó de móveis que foram limpos no dia anterior. De certa forma, e não sei como, vejo-me hoje em dia a reparar se o chão está sujo e a varrê-lo sem mo pedirem, por causa do efeito que este homem tem em mim. Claro que é um passo de bebé, não o nego, mas já é um passo...digo eu.
Ultimamente vejo-me muitas vezes a pensar o quão feliz estou com este homem. Ambos trabalhamos no mesmo restaurante e isso significa 24 horas sobre 7 dias da semana sempre juntos, ainda que em ambiente profissional, é todo o tempo junto desta pessoa, e já é assim há um ano. O que significa que não tivemos pausa um do outro durante um ano, mesmo quando discutíamos em casa, tínhamos que lidar um com o outro no trabalho, e vice versa. Isto podia ser material para acabar uma relação, é muito frustante por vezes, mas connosco não aconteceu nada parecido, aliás até acho que nos fortaleceu porque não podíamos fugir aos problemas nem pensar em respostas elaboradas para a discussão, tínhamos que enfrentá-la como e quando ela aparecia.
Este homem, este lindo homem e eu vamos ter um bebé em junho. Há exactamente um mês e quatro dias que não vou para o trabalho com ele porque estou de baixa e todos os dias, desde o primeiro, eu sinto a falta dele. Toda a gente sabe que uma pessoa acaba por ser diferente em casa do que é no trabalho, e eu tive a sorte de conviver com ambas as personalidades do meu homem. E deixem-me que vos diga, a personalidade dele em casa é excelente, engraçada e carinhosa, mas também é um homem cansado e que quer descansar. Estando no trabalho com ele, eu apanhava todos os bocadinhos de carinho, piadas parvas, clientes satisfeitos por bom trabalho dele, e principalmente os abraços daqueles que vêm por trás e nos surpreendem, mesmo quando estava a precisar. Stress do trabalho e stress de casa são dois tipos bastante diferentes um do outro, acreditem, principalmente trabalhando nm restaurante, mas de alguma forma, ele sempre me conseguiu acalmar. No trabalho e em casa. Mas agora só tenho stress de casa e ele não está comigo para me acalmar porque está no trabalho. E eu sinto falta de todos os bocadinhos dele todos os dias.
E como gravidez traz emoções atrás de emoções, todos os dias fico cada vez mais lamechas e a tentar arranjar diferentes maneiras de dizer o mesmo, que o amo e tudo o que amo nele. O que é um desafio porque os sinónimos acabam e as palavras parecem perder o sentido depois de as dizer muitas vezes, e eu só quero inventar palavras novas.
Depois de três anos, que parecem muito pouco e ao mesmo tempo muito tempo, continuo a amar este homem, cada vez mais a cada dia que passa. E para celebrar este dia, obrigo-te a ler isto tudo para chegares à conclusão que mais não podia ser: I love you.

bleep.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

buraco na maçã, semente desaparecida, nada esquecido.

todos os dias penso em ti
nas possibilidades se tivéssemos ficado juntos,
no que tivemos juntos.
todos os dias olho para ti
para os teus cabelos pretos
para os teus lábios carnudos e escuros
para as tuas pernas musculadas
e mais importante de tudo...
para o teu olhar indiferente.
todos os dias me lembro de ti
das tuas piadas sem graça
da tua conversa de assunto constante
do teu andar
das tuas mãos nas minhas
do teu olhar no meu
dos teus lábios nos meus
de mim sentada no teu colo
da nossa diferença de alturas
do teu disfarçar óbvio.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

maçã verde para o almoço

férias infindáveis, marca do rabo no sofá.
tenho saudades da matemática, de ser boa a matemática, ultimamente cada vez que pego no meu livro de exercícios, consigo resolver cinco em oito e não gosto dessa percentagem :|
como não tinha nada útil para fazer hoje, além de fazer uma limpeza ao computador (que estou a adiar), decidi fazer uma lista dos livros todos que há cá em casa, favor à mãe. Parabéns Rita, fizeste uma lista de 153 livros no Excel em apenas uma hora, Well Done! 


Agora gostava de ter mais alguma coisa para me distrair e entreter.. ideias?