Preguiça Acrescentada

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quarta-feira, 4 de maio de 2016

4-5-2016

Eu sei que já faz algum tempo desde a última vez que escrevi aqui, mas é-me difícil ter inspiração em português porque a maioria das minhas expressões ficam melhor em inglês. Mas hoje, hoje é um dia especial.
Há três anos no dia de hoje, eu comecei uma relação inesperada e espontânea com um homem. Eu tinha dezoito anos e ele tinha vinte e nove, por isso acreditem quando digo homem e não rapaz. E este homem fez-me crescer, talvez com demasiada esperança que eu me tornasse adulta rapidamente, mas ele conseguiu fazê-lo ainda que aos poucos e ainda em progresso. Nada me diz que o crescer alguma vez pára. Aliás, eu acredito que há sempre algo a aprender, a melhorar na personalidade, atitude, maneira de encarar a vida e as situações de cada um. Mas a verdade é que houveram momentos muito frustantes, em que nos chateámos, quisemos desistir, achámos que a diferença de idade era demasiada. No entanto, também houveram momentos muito felizes, simples muitas das vezes, mas que nos fazem parar no tempo e pensar "Eu não me imagino a viver sem esta pessoa" e "Como é que eu posso ter tanta sorte?".
No meu caso em particular (até porque eu não sei exactamente o que vai na cabeça dele, ninguém consegue saber além de nós próprios) existem dias que eu acho que tenho uma sorte imensa. Deixem-me elaborar: Eu sempre fui uma pessoa bastante preguiçosa, e contraditoriamente aventureira. Nisto inclui-se não gostar e chegar a evitar mesmo ao máximo qualquer tipo de tarefas domésticas que envolvam limpezas, não significando claro que não as faça se mo pedirem directamente, mas simplesmente não sou pessoa de as fazer voluntariamente. Este homem é um "maníaco das limpezas", querendo dizer com isto que é o tipo de pessoa que não consegue ir dormir se houver uma taça de cereais por lavar no lavatório da cozinha, chega do trabalho estafado e ainda vai lavar o chão que no dia anterior aspirou, para se acalmar limpa o pó de móveis que foram limpos no dia anterior. De certa forma, e não sei como, vejo-me hoje em dia a reparar se o chão está sujo e a varrê-lo sem mo pedirem, por causa do efeito que este homem tem em mim. Claro que é um passo de bebé, não o nego, mas já é um passo...digo eu.
Ultimamente vejo-me muitas vezes a pensar o quão feliz estou com este homem. Ambos trabalhamos no mesmo restaurante e isso significa 24 horas sobre 7 dias da semana sempre juntos, ainda que em ambiente profissional, é todo o tempo junto desta pessoa, e já é assim há um ano. O que significa que não tivemos pausa um do outro durante um ano, mesmo quando discutíamos em casa, tínhamos que lidar um com o outro no trabalho, e vice versa. Isto podia ser material para acabar uma relação, é muito frustante por vezes, mas connosco não aconteceu nada parecido, aliás até acho que nos fortaleceu porque não podíamos fugir aos problemas nem pensar em respostas elaboradas para a discussão, tínhamos que enfrentá-la como e quando ela aparecia.
Este homem, este lindo homem e eu vamos ter um bebé em junho. Há exactamente um mês e quatro dias que não vou para o trabalho com ele porque estou de baixa e todos os dias, desde o primeiro, eu sinto a falta dele. Toda a gente sabe que uma pessoa acaba por ser diferente em casa do que é no trabalho, e eu tive a sorte de conviver com ambas as personalidades do meu homem. E deixem-me que vos diga, a personalidade dele em casa é excelente, engraçada e carinhosa, mas também é um homem cansado e que quer descansar. Estando no trabalho com ele, eu apanhava todos os bocadinhos de carinho, piadas parvas, clientes satisfeitos por bom trabalho dele, e principalmente os abraços daqueles que vêm por trás e nos surpreendem, mesmo quando estava a precisar. Stress do trabalho e stress de casa são dois tipos bastante diferentes um do outro, acreditem, principalmente trabalhando nm restaurante, mas de alguma forma, ele sempre me conseguiu acalmar. No trabalho e em casa. Mas agora só tenho stress de casa e ele não está comigo para me acalmar porque está no trabalho. E eu sinto falta de todos os bocadinhos dele todos os dias.
E como gravidez traz emoções atrás de emoções, todos os dias fico cada vez mais lamechas e a tentar arranjar diferentes maneiras de dizer o mesmo, que o amo e tudo o que amo nele. O que é um desafio porque os sinónimos acabam e as palavras parecem perder o sentido depois de as dizer muitas vezes, e eu só quero inventar palavras novas.
Depois de três anos, que parecem muito pouco e ao mesmo tempo muito tempo, continuo a amar este homem, cada vez mais a cada dia que passa. E para celebrar este dia, obrigo-te a ler isto tudo para chegares à conclusão que mais não podia ser: I love you.

bleep.

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