Olhei pela janela, estava mau tempo, dois minutos depois, estava sol...mas afinal que dia hoje vai ser? Não irei sair de casa, não quero sair deste mundo criado por mim, imaginado e perfeito. Se sair de casa terei de lidar com o frio, ou calor, com as pessoas e olhares de desconhecidos, e afinal, estou de férias e tenho de aproveitar um dia para «a ronha». Vou pensar no almoço e ficar no sofá a ver filmes, a escrever e a distrair.me da realidade. É a coisa certa a fazer hoje. Mas se saísse, se realmente saísse, poderia tropeçar e ir contra um rapaz alto, de olhos esverdeados e cabelo escuro, ele pedia desculpa à pressa porque estaria ao telefone, e eu retribuía as desculpas, com um ar culpado por ser tão desastrada e mandava-lhe um sorriso. Ele continuava o seu caminho e eu ficava parada, à espera de voltar à realidade, pois é, o mundo da imaginação parece muito melhor. Tocaram à campainha. - espera, tenho de voltar a realidade um segundo... - Ai, o tal rapaz chama.se Rafael, ele voltou atrás porque deixou cair a carteira, estava cheio de coisas nas mãos. Apanhei-a para ele e dei-lha, ele já tinha desligado:
-Uau, obrigado, muito obrigado..hmm..
-Rita - *sorriso*
-Rita, gosto. Eu sou o Rafael - *sorriso*
Ficaríamos a conversar um bocadinho e trocaríamos números de telefone. Receberia uma mensagem nessa noite e falaríamos a noite toda, como amanhã também é feriado não me importava de ficar a falar com ele até de manhã. Não, isto não aconteceu. Eu não saí de casa. Não há nenhum Rafael.
Vou almoçar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui a tua opinião, sê positivo e espalha sorrisos :)